Abaixo postei entrevista com Luis Fernando Veríssimo, o próprio, feita por “mim mesmo” durante a 7ª Bienal Internacional do Livro no Ceará, em 2006.
A professora de Agência de Notícia I pediu para a turma ir ao evento e perguntar aos visitantes e autores o que é um bom texto. Quando eu estava indo embora com um bom material colhido, o LFV estava entrando. Resolvi ir atrás para pegar um depoimento. Mas é claro que fui barrado na porta da sala VIP.
Como eu consegui entrar? Um pouco da mão-do-destino e um pouco de cara-de-pau.
Por que estou postando só agora? Engraçado, venho me perguntando isso há alguns meses.
Antino - O que é um bom texto para o senhor?
Luis Fernando Veríssimo - Bom. Primeiro a leitura fácil. Um texto claro de leitura fácil. E também um texto que contenha alguma novidade, alguma coisa que eu não saiba, que quando eu leia aprenda alguma coisa. Que me dê um enfoque novo. Acho que é por aí.
Antino - Alguns dos seus textos foram publicados em uma coleção chamada “Para gostar de Ler”, direcionada para o público infanto-juvenil. Qual a sua visão da juventude, no que diz respeito à formatação de textos e a leitura?
LFV - Eu acho que está melhorando. O público leitor no Brasil ainda é muito pequeno, mas acho que aos poucos está melhorando. O trabalho feito nas escolas pelos professores, que estão vendo maneiras novas de aproximar o leitor do livro e criar o gosto pela leitura na garotada, tem dado resultado.
Antino - Os seus textos são freqüentemente adaptados para a televisão. Por que isso acontece tanto com a sua obra?
LFV - Porque são textos curtos e com muitos diálogos. São geralmente temas rápidos. Acho que é um pouco por isso.
Antino - Na Internet é possível achar textos atribuídos ao senhor que não são seus. Como o senhor vê tantos “Veríssimos” na Internet?
LFV - Pois é. Volta e meia aparece um texto coma minha assinatura que não fui eu que fiz. Isso é difícil de controlar. Eu tento não me preocupar muito com isso Está fora do nosso controle.
Antino - Como o senhor reage às críticas aos seus textos? Com por exemplo, o Olavo de Carvalho que critica a base teórica dos seus textos.
LFV - Com o Olavo de Carvalho acho que é mais uma questão política. É um cara muito conservador e religioso. Certamente não deve não concordar com nada que eu escrevo. É compreensível a posição dele.
Antino - Os seus livros estão passando por um processo de reedição. Mas o que podemos esperar de novo?
LFV - Normalmente, esses livros de crônicas publicados antes que estão sendo reeditados sempre têm uma novidade. Uma crônica nova que saiu depois da publicação do livro antigo. E tem um romance que eu escrevi agora que é baseado em uma peça de Shakespeare. Chama-se A Décima Segunda Noite e deve sair até o fim do ano.
Antino - O senhor prefere escrever crônica ou romance?
LFV - A crônica é obviamente mais fácil. É mais curta. Não precisa desenvolver. A gente fica meio que viciado em escrever crônicas e fica difícil escrever romance. O romance, ao contrário da crônica, não se resolve em capítulo só. Ele tem que ser desdobrado e desenvolvido mais devagar. Então é bem mais difícil escrever um romance.
Antino - O senhor toca sax. É apenas um hobby?
LFV - A música pra mim é um passa tempo. Eu aprendi a tocar o sax quando eu tinha dezesseis anos, mas nunca cheguei a me aprofundar muito na música. É só pra poder brincar de jazzista que é o que eu faço até hoje. Eu toco em um conjunto de jazz em Porto Alegre. Os outros são músicos profissionais. O único amador, no caso, sou eu. É uma coisa que me dá um grande prazer, mas não deixa de ser um passatempo. Agora, se eu tivesse que escolher, escolheria a música ao invés do jornalismo.
Antino - Como um autor de textos tão dinâmicos e velozes é, ao mesmo tempo, uma pessoa tão quieta?
LFV - Eu não sei. Talvez uma seja a compensação da outra. Tenho uma certa dificuldade de expressão verbal. Escrevendo a gente consegue reescrever e pensar antes de escrever qualquer coisa. Quando a gente está falando não temos esse luxo.
Antino - O senhor não possui uma formação superior. O senhor acha que o ensino superior poda a imaginação do escritor?
LFV - Acho que o escritor, se tiver vontade, vai aparecer de qualquer jeito. Ninguém vai tolher o talento dele. É claro que uma educação formal é importante. Mas o talento e a criatividade são coisas que independem da formação.
A professora de Agência de Notícia I pediu para a turma ir ao evento e perguntar aos visitantes e autores o que é um bom texto. Quando eu estava indo embora com um bom material colhido, o LFV estava entrando. Resolvi ir atrás para pegar um depoimento. Mas é claro que fui barrado na porta da sala VIP.
Como eu consegui entrar? Um pouco da mão-do-destino e um pouco de cara-de-pau.
Por que estou postando só agora? Engraçado, venho me perguntando isso há alguns meses.
Antino - O que é um bom texto para o senhor?
Luis Fernando Veríssimo - Bom. Primeiro a leitura fácil. Um texto claro de leitura fácil. E também um texto que contenha alguma novidade, alguma coisa que eu não saiba, que quando eu leia aprenda alguma coisa. Que me dê um enfoque novo. Acho que é por aí.
Antino - Alguns dos seus textos foram publicados em uma coleção chamada “Para gostar de Ler”, direcionada para o público infanto-juvenil. Qual a sua visão da juventude, no que diz respeito à formatação de textos e a leitura?
LFV - Eu acho que está melhorando. O público leitor no Brasil ainda é muito pequeno, mas acho que aos poucos está melhorando. O trabalho feito nas escolas pelos professores, que estão vendo maneiras novas de aproximar o leitor do livro e criar o gosto pela leitura na garotada, tem dado resultado.
Antino - Os seus textos são freqüentemente adaptados para a televisão. Por que isso acontece tanto com a sua obra?
LFV - Porque são textos curtos e com muitos diálogos. São geralmente temas rápidos. Acho que é um pouco por isso.
Antino - Na Internet é possível achar textos atribuídos ao senhor que não são seus. Como o senhor vê tantos “Veríssimos” na Internet?
LFV - Pois é. Volta e meia aparece um texto coma minha assinatura que não fui eu que fiz. Isso é difícil de controlar. Eu tento não me preocupar muito com isso Está fora do nosso controle.
Antino - Como o senhor reage às críticas aos seus textos? Com por exemplo, o Olavo de Carvalho que critica a base teórica dos seus textos.
LFV - Com o Olavo de Carvalho acho que é mais uma questão política. É um cara muito conservador e religioso. Certamente não deve não concordar com nada que eu escrevo. É compreensível a posição dele.
Antino - Os seus livros estão passando por um processo de reedição. Mas o que podemos esperar de novo?
LFV - Normalmente, esses livros de crônicas publicados antes que estão sendo reeditados sempre têm uma novidade. Uma crônica nova que saiu depois da publicação do livro antigo. E tem um romance que eu escrevi agora que é baseado em uma peça de Shakespeare. Chama-se A Décima Segunda Noite e deve sair até o fim do ano.
Antino - O senhor prefere escrever crônica ou romance?
LFV - A crônica é obviamente mais fácil. É mais curta. Não precisa desenvolver. A gente fica meio que viciado em escrever crônicas e fica difícil escrever romance. O romance, ao contrário da crônica, não se resolve em capítulo só. Ele tem que ser desdobrado e desenvolvido mais devagar. Então é bem mais difícil escrever um romance.
Antino - O senhor toca sax. É apenas um hobby?
LFV - A música pra mim é um passa tempo. Eu aprendi a tocar o sax quando eu tinha dezesseis anos, mas nunca cheguei a me aprofundar muito na música. É só pra poder brincar de jazzista que é o que eu faço até hoje. Eu toco em um conjunto de jazz em Porto Alegre. Os outros são músicos profissionais. O único amador, no caso, sou eu. É uma coisa que me dá um grande prazer, mas não deixa de ser um passatempo. Agora, se eu tivesse que escolher, escolheria a música ao invés do jornalismo.
Antino - Como um autor de textos tão dinâmicos e velozes é, ao mesmo tempo, uma pessoa tão quieta?
LFV - Eu não sei. Talvez uma seja a compensação da outra. Tenho uma certa dificuldade de expressão verbal. Escrevendo a gente consegue reescrever e pensar antes de escrever qualquer coisa. Quando a gente está falando não temos esse luxo.
Antino - O senhor não possui uma formação superior. O senhor acha que o ensino superior poda a imaginação do escritor?
LFV - Acho que o escritor, se tiver vontade, vai aparecer de qualquer jeito. Ninguém vai tolher o talento dele. É claro que uma educação formal é importante. Mas o talento e a criatividade são coisas que independem da formação.
5 comentários:
Journalism is fun but you are probably alot more serious than I am. Good luck.
Lo siento no habla y escribir tu langusta
ei cara... parabéns pela entrevista, vc conseguiu ser bastante consiso em suas perguntas e pelo jeito que ele respondia, parecia estar gostando...
um grande abraço cara...
continue assim!!!
Cara tomara que um dia eu tenha a mesma sorte de vc ,otimas perguntas!!Respostas como essa anima qlqr futuro escritor,parabens de verdade
http://caioarroyo.blog.uol.com.br
Cara, ficou muito bom!
Bacana mesmo!
Entrevistando celebridade, só quem pode! Ei, eu tbm entrevistei uma né, estamos 1x1!
abraço, ;)
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semelokertes marchimundui
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