terça-feira, novembro 28, 2006

O Fim está próximo?


O texto de Clóvis Rossi dá uma pincelada em um assunto que rondou a imprensa meses atrás. O fim do jornalismo impresso. Uma The Economist deste ano já tinha tratado do tema. A revista destacou os seguintes pontos:

- Nos últimos 20 anos, o número de contratados nas empresas de jornalismo tradicional caiu 18%.
- O site do jornal italiano "la Repubblica" hoje recebe 1 milhão de leitores por dia, o dobro da circulação de papel.
- No primeiro semestre de 2006, o valor dos anúncios on-line cresceram 70% nos EUA. Nem precisa dizer que estão estacionados ou em declínio há um bom tempo nos meios tradicionais. - Nos últimos 10 anos, a fatia do bolo publicitário para jornais caiu de 36 para 30%. Prevê-se queda de mais cincos pontos até 2005.
- Por conta da internet, o jornal inglês The Guardian já tem nos EUA o equivalente a metade do seu volume total de leitores na Inglaterra!

A The Economist só não disse que ela mesma já têm 3 vezes mais assinaturas on-line que do papel.

O Fim está próximo!!!!



Férias, as últimas?
Por Clóvis Rossi

Na Folha de S.Paulo de hoje

SÃO PAULO - Saio hoje de férias (até o começo de dezembro) com a sensação que deve sentir o mico-leão-dourado: a de uma espécie em vias de extinção.
Um estudioso norte-americano, que já citei neste espaço, chegou a pôr até a data do fim na lápide do jornalismo impresso (2040, salvo erro de memória).
A coisa é tão feia que a revista francesa "Marianne" está propondo a criação de uma comissão, formada por personalidades independentes, com a única tarefa de lançar "uma grande campanha nacional pela independência da imprensa", como diz Maurice Szafran, diretor da revista.
A idéia é reunir até 40 milhões (cerca de R$ 112 milhões), a serem redistribuídos a jornais em dificuldades.
Recorrer à sociedade é uma idéia bem melhor e mais sadia do que a do governo petista de dar dinheiro público para publicações "amigas", ou seja, para o popular jornalismo chapa-branca.
Ainda assim, e mesmo que o público francês compre o "bolsa-mídia", não vai resolver o problema, O jornalismo impresso vive uma crise que é, sim, financeira, mas é acima de tudo uma crise de destino.
Explícita ou implicitamente, vivemos sob a cultura do lema do "New York Times", qual seja, publicar "all the news that is fit to print". Hoje em dia, todas as notícias que estão prontas para publicação aparecem antes que os jornais comecem a rodar -ou na TV, ou na internet, ou no rádio.
Logo, a rigor, não há mais notícias "fit to print" que sobrevivam até o dia seguinte, quando os jornais começam a circular. É claro que sempre sobra alguma rebarba de informação exclusiva, mas é pouco para uma indústria tão cara.
O jornalismo impresso precisa reinventar seu destino. Eu tenho até alguns palpites, mas, como não passam disso, o melhor é tirar férias. Na volta conversamos.

Será o fim dos tempos?

Caminhando tranquilamente pelo vasto mundo da web, me deparei com a pérola abaixo. Não sei aonde o jornalismo vai parar, mas o fim está muito próximo. Ou será que essa prática (divulgar notas vulgares sobre a vida dos outros) é mais antiga que a profissão?
A notícia não deixa de ter o seu valor humano. Um homem, supostamente com desejos homossexuais, se satisfazendo com um vegetal cilíndrico. Ou talvez, ele seja adepto do pansexualismo. Nunca saberemos.





Transcrevi as letras pequenas para os míopes. As notas em vermelho são do blog.

O metalúrgico R., de 49 anos, que teria função de chefia no Brasfels, sofreu durante 11 hora com um pepino de 25 centímetros de comprimento por 8 de diâmetro (o repórter teve zelo na apuração. Foi muito detalhista.) enfiado no ânus. O vegetal desceu (isso depende do ponto de referência.) e foi parar no intestino, provocando cólicas e dores terríveis. Ele foi atendido no Pronto Socorro, às 15h30 de segunda-feira, dia 13. A operação de retirada do pepino foi muito tensa e exigiu junta médica. A esposa defendeu o marido afirmando que ele "não era veado (eu acho que a mulher disse viado) nem tinha histórico de homossexualismo". O metalúrgico disse que "tudo aconteceu num momento de fraqueza". (O estado de saúde do metalúrgico é estável. Mas o pepino não resistiu e foi a óbito).

quinta-feira, novembro 23, 2006

Vende até o que não tem.




A idéia do cara foi a seguinte: “Vou vender cada espaçozinho externo do meu carro para anunciantes”. Ele dividiu, imaginariamente, o veículo em 519 quadrinhos de 18 x 14 cm e cobra R$ 100,00 por cada um deles. Se parasse por aqui, seria somente uma idéia estranha. Mas, não parou. O detalhe mais interessante é que o rapaz ainda não tem o carro. Ele pretende comprá-lo com o dinheiro dos patrocínios.

O dono do futuro carro chama-se Felipe Matos, 23, estudante de administração de Belo Horizonte. Ele está aceitando todo tipo de anuncio: recados pessoais, brasões de time, páginas da web e de empresas.

A idéia não é completamente nova. A norte-americana Leah Culver fez algo parecido. Ela comprou um notebook da Apple vendendo espaços publicitários na tampa dele. O plano do mineiro é bem mais ousado, mas já atraiu anunciantes.

Para saber mais acesse o site do rapaz: www.patrocinemeucarro.com
Sugestivo, né?!?

quarta-feira, novembro 22, 2006

Custa fazer uma boa produção!?!

Custa fazer uma boa produção!?! Custa!?!? Neste blog já demos um bom exemplo de “falta do que perguntar”: O caso Amarante. Pois bem, navegando por aí, sem pensar muito em nada, encontrei um vídeo bem legal que, de certa forma, fala do mesmo assunto.

Em um quadro da finada Tv Pirata, a personagem de Regina Cazé, Laila Longras, era uma jornalista totalmente despreparada. Ela não sabia quem era a entrevistada, qual a sua profissão e o motivo da entrevista. Para tapar o buraco, a apresentadora adjetivava e inventava histórias a respeito da entrevistada, nesse vídeo, interpretada por Cláudia Raia.


terça-feira, novembro 21, 2006

Jornalista é como o vinho? quanto mais velho... melhor.

Eu não bebo. Não entendo de vinhos. Nunca saberei a diferença entre um Musigny Vieilles Vignes 1992 e um Padre Cícero garrafão de 5 litros. Mas, acredito no que dizem: quanto mais velho o vinho, melhor. Com certeza isso não se aplica as mulheres. Ninguém, em sã consciência, trocaria uma garota de 24 por uma senhora de 88 anos chamada Gertrudes. Provavelmente, nem a Dona Gertrudes faria isso.

Não sei se a metáfora do vinho encaixa no jornalismo. Pois, existem uns velhos que ficam fazendo entulho nas redações e não servem para nada. Mas, existem outros que, apesar de estarem na profissão desde quando ela não era uma profissão, permanecem na “crista da onda” do jornalismo. Um deles é Ricardo Kotscho.

O vídeo abaixo é o primeiro bloco da entrevista de Kotscho no programa Comitê de Imprensa, exibido no dia 24/02/06, na Tv Câmara. Toda a entrevista é muito esclarecedora. Ele consegue jogar uma luz sobre os futuros rumos do jornalismo. Kotscho fala a respeito da falta de interesse dos repórteres em irem às ruas para buscar novas histórias. Fica todo mundo no bem-bom das redações, esperando as notícias caírem no colo ou chegarem via press-release. Resultado: no outro dia, todos os jornais estão falando sobre as mesmas coisas e da mesma forma.

Para ter acesso aos outros blocos basta ir ao site da Tv Câmara e procurar por lá!

sábado, novembro 18, 2006

Como colocar o povo na tv?

Também não tenho a resposta para essa pergunta. Mas, pelo menos tenho o bom senso de saber o que não deve ser feito. Pelo visto, a melhor maneira de aprender, na área de comunicação, é assim: olhando o que não presta e tentando fazer diferente.

Abaixo tenho um ótimo exemplo para não ser seguido. Essa “matéria” foi ao ar no programa Rota 22, que é veiculado pela Tv Diário. A emissora cearense costumeiramente explora as mazelas e problemas do povo para fazer “notícia”. O carro-chefe são as matérias com cenas chocantes, com muito sangue e cadáveres. Até bons programas jornalísticos da emissora, como o Diário na TV, têm sido contaminados por esse tipo de matéria.

Nesse vídeo foi explorada uma mera briga de casal. Os dois envolvidos foram entrevistados do lado de fora da delegacia. Ao fundo, é possível ver o policial rindo de tudo aquilo.

Fica claro o lugar do povo no jornalismo. Páginas policiais.

O que peguntar?

Em uma entrevista às vezes não sabemos o que perguntar. Na correria das redações, nas quais o repórter tem que dar conta de ”n” assuntos ao mesmo tempo, é complicado conseguir fazer uma produção decente para uma entrevista. Mas uma coisa é certa: É melhor calar do que perguntar uma bobagem qualquer.

O vídeo abaixo, já muito sambado na rede, mostra um exemplo perfeito do que não se deve fazer em uma entrevista. O fato aconteceu no Festival de Inverno de Vitória da Conquista. O repórter Fulano de Tal sem ter o que perguntar resolveu soltar essa para o Amarante, do Los Hermanos: “Vocês são sempre lembrados por Ana Júlia, né? Incomoda vocês serem lembrados sempre por Ana Júlia?”

A resposta do barbudo foi emocionante. Mas, pior do que errar é insistir no erro. E foi exatamente isso que o nosso Fulano de Tal fez. Resultado: tomou na cara, na frente de todos os colegas durante 2 min.

Pode assistir, rir e chorar!





Sou jornalista?

Meu nome é Astrogyldo, sou estudante de jornalismo. Ainda estou nos primeiros semestres do curso. Pelos amigos de outros semestres sou chamado de “bicho”. Pessoas não tão amigas de outros semestres me chamam de “bicha”. Não sou homossexual, não teria vergonha dizer se fosse. Não é legal ser chamado por algo que você não é, mesmo que seja uma coisa boa. Já pensou, um homossexual assumido andando pela rua e as pessoas gritando: “heterozinho! heterozinho!”? Ser hétero não é ruim, mas ser rotulado sem ser não é nada legal.
Definida a minha sexualidade, estou em busca de definir outras coisas. Uma delas é o “ser jornalista”. Afinal de contas, que profissão é essa que os pré-requisitos básicos são saber ler e escrever? Isso qualquer criança saída do primário, que não tenha estudado em escolas públicas no Ceará, sabe fazer.
Qual é a função do jornalista? Ficar buscando podres da vida das pessoas públicas e estampar na capa das revistas? Servir de ferramenta para empresários inescrupulosos enganarem o público (essa não é a função dos publicitários?)? Cobrir fatos e mais fatos sem aprofundar-se em nenhum? Passar o dia trancado em uma redação colhendo informações através de e-mails e telefone? Ser apenas uma extensão (não pensante) do computador? Redatores neutros e sem opinião do mundo que está ao nosso redor (é claro que é do mundo que está “ao nosso redor”, tentei apagar isso, mas não consegui)? Queremos a verdade? Sobre o quê? Verdade de quem? Para quem? Ela realmente existe? Ou somente suas versões?
As respostas eu não tenho. Pelo menos tenho as perguntas e é através delas que este blog vai existir. Enquanto durar, é claro!